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quarta-feira, 28 de julho de 2010

#Mercado- O Sucesso dos Regionais!




Refrigerantes regionais detêm 25% do mercado

Tubaínas fazem sucesso em todo o país



Não é fácil encontrá-las nas prateleiras das grandes redes de supermercados ou ver algum comercial delas nas emissoras de televisão. Mesmo assim, as fábricas de tubaínas devem garantir seu tradicional um quarto do mercado nacional de bebibas não alcoólicas e produzir neste ano mais de 3,32 bilhões de litros de refrigerantes.
Algumas das marcas de refrigerantes regionais, como são conhecidas as tubaínas no setor, têm mais de cem anos de história e, aos poucos, estão incorporando inovações e tendências do mercado de bebidas, como versões light, zero e até retrô. 



Ao todo, segundo dados da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), há 238 fábricas regionais no país, que produziram no ano passado 3,51 bilhões de litros (25% do mercado). A Coca-Cola, líder, foi responsável por 8,28 bilhões de litros (57,8%).

A aceitação das bebidas regionais é muito grande. Em  algumas cidades, elas vendem mais do que as marcas líderes", diz  Paulo Mozart da Gama e Silva, diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas  (Abir).
Mas nem todas as tubaínas estão limitadas a uma região ou pela capacidade de produção. Algumas marcas são vendidas em mais de um estado e planejam se expandir ainda mais. A aposta do grupo Schincariol para alavancar as vendas da Itubaína é a versão retrô do refrigerante, que foi  lançada no segundo semestre de 2008.

O produto já chegou a todos os estados das regiões Sul e Sudeste. Com isso, aumentou em 33% o faturamento da linha de refrigerantes da empresa de 2009 para 2010.
"Por conta dessa aceitação, a Itubaína Retrô, que até hoje era vendida  apenas em bares e restaurantes, passará a ser encontrada também nas grandes redes de varejo", diz Luiz Claudio Taya de Araújo, direitor de marketing da Schincariol.
A Saborama, no Taboão da Serra, produz o extrato do refrigerante Grapette, famoso nos anos 1960 pelo slogan "Quem bebe repete". A empresa conta com a parceria de fábricas em outros oito estados para ampliar a produção e distribuição da bebida. 
A admiração pelas tubaínas tem relação com a característica nostálgica do produto. As primeiras marcas surgiram no início do século passado e o nome Tubaína foi criado nos anos 1930, na cidade de Jundiaí, quando o fabricante das balas Tubaínas decidiu produzir um refrigerante com o mesmo nome. Outras marcas surgiram com a terminação "ina",  em diversas regiões do país.


Bebida regional inspirou blog  e bar descolado  em SP

As  tubaínas  conquistam corações e mentes há muitas décadas  no Brasil. Nos últimos anos, porém, o tema virou negócio e hobby para os admiradores  das marcas regionais.

Em julho de 2009,  Verônica Goyzueta, de 41 anos,  inaugurou um bar na Rua Haddock Lobo, 74,  região dos  Jardins, chamado Tubaína. "A ideia era  abrir um bar que tivesse  uma carta de tubaína.  Daí, eu e a minha sócia vimos que  era um produto com uma imagem tão forte que virou o nome do bar", diz.

Em fevereiro deste ano,  três amigos do interior do estado criaram o site  "Tubaínas e Afins" (www.tubainaseafins.com.br), no qual reúnem curiosidades, vídeos e  avaliações degustativas.

O trio já experimentou mais de cem marcas de tubaínas nas diversas regiões do país.  "A melhor é a Cotuba, que tem  um sabor delicioso e não é enjoativa", diz Thell de Castro, um dos criadores do site, que ele prefere chamar de confraria.  "Sempre que faço uma viagem, procuro logo uma tubaína", afirma.


Consultor dá dicas para quem quer ganhar mercado

Se manter no mercado competindo com empresas multinacionais é uma missão dura para as fábricas  pequenas.
Para o consultor de marketing Marcos  José dos Santos, da SMG Share Marketing Grupo,  um bom planejamento e estratégias direcionadas de comunicação podem ajudar na sobrevivência das fábricas de tubaínas.  
"Não adianta querer um mercado maior do que a sua capacidade . O mais importante é ter um público cativo na região. Para isso, é preciso investir em publicidade  local", diz Santos.

Segundo o consultor, as fábricas pequenas também devem reservar esforços para investir na melhoria do produto.
"O consumidor vê com bons olhos as inovações.  Pode ser um sabor diferente ou um rótulo mais arrojado", diz Santos.




A dinâmica do mercado de tubaínas divide as  entidades sobre o futuro do setor.  A Afebras  avalia que em cinco anos  o mercado  vai encolher e não haverá espaço para as fábricas pequenas.  Por outro lado, a Abir  defende que fusões e aquisições são comuns  no ramo de refrigerantes  e que  as  marcas  regionais têm uma posição consolidada no mercado brasileiro.