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segunda-feira, 14 de junho de 2010

#Beira Rio - Novo Guaraná.

Em primeira mão , nosso novo produto!

#COPA 2010 - A PÁTRIA DE CHUTEIRAS



Alguém já disse que o futebol é o ópio do povo. Bem, para os brasileiros, é mais do que isso. É algo que transcende sua alma e sua perspectiva de vida. Acreditem ou não, é algo que só acontece no Brasil, sendo capaz de determinar até mesmo a aceitação por um determinado grupo onde o indivíduo queira se inserir.É tamanha a penetração deste esporte entre nós, que em nosso cotidiano, regularmente, usamos termos associados ou que remetem ao futebol. Quantas vezes já ouvimos e falamos: “Fulana ou fulano não está me dando a menor bola”, quando desejamos alguém. “Esse cara está embolando o meio de campo”, quando alguém é atrapalhado. “Tá fazendo jogo duro”, quando aquele objeto de nosso desejo não atende as nossas investidas. “Mais vale dar uma de Seleção Brasileira do que duas de Olaria”, essa foi dita por um amigo quando explicava fatos sobre o desempenho sexual em determinados momentos. “O Beltrano está levando bola nas costas”, quando queremos dizer que o marido está sendo passado para trás. Há outros termos que soam até mais enigmáticos, como por exemplo, quando um diretor de futebol diz: “O técnico está prestigiado”, ou seja, um claro sinal que se o time perder a próxima partida ele será demitido. Podemos afirmar que o brasileiro muda de opção sexual, mas não muda de time.

Tudo bem que em algumas situações a violência provocada pelos ânimos acirrados pelo nobre esporte bretão ultrapasse os limites do racional, como o recente exemplo da última batalha entre hooligans nas ruas de Bruxelas após um jogo da Copa da Européia de Futebol. Mas, até mesmo autores renomados como Salman Rushdie são apaixonados pelo futebol. Ele próprio, em uma entrevista quando ainda se escondia da fúria religiosa do aiatolá, disse que sentia uma enorme saudade de ir a um campo de futebol e lá pelas tantas, na entrevista, só falta dizer que tinha álbum de figurinhas da Seleção Brasileira tricampeã do mundo em 1970.

Por várias vezes ouvi meu pai dizer que esteve no Maracanã no fatídico dia em que perdemos a Copa do Mundo de 1950 para o Uruguai. Ele me disse que foi um silêncio enorme e um olhava para a cara do outro sem entender nada. Uma verdadeira tragédia nacional. Numa recente entrevista, Nilton Santos, a Enciclopédia, disse que antes do jogo com a Hungria em 1954, um jornalista ou diretor da Seleção bradou na preleção: “Hoje vamos vingar nossos mortos de Pistóia”. Assim é possível entender porque Nelson Rodrigues dizia que quando o Brasil jogava, era a Pátria de Chuteira